A indústria de papelaria no Brasil demonstra sua capacidade de adaptação e crescimento, mesmo após os desafios impostos pela pandemia. Proprietários de empresas do setor, Tainá Marques, da Marques Papelaria no Rio de Janeiro, e Helsio Castro, da Papelaria Cartucho no Ceará, revelaram como transformar adversidades em oportunidades de expansão e fortalecimento de seus negócios.
Da crise à expansão: o caso da Marques Papelaria
Tainá Marques surpreendeu ao relatar a abertura de duas novas lojas em shopping centers durante o período pós-pandêmico. A empreendedora, que iniciou com uma única loja de rua, agora gerencia três estabelecimentos em diferentes cidades do Rio de Janeiro.
“A pandemia foi um caos, mas também nos fez repensar o negócio”, afirma Tainá. “Decidimos investir em papelarias ‘fofas’ nos shoppings, oferecendo produtos diferenciados e experiências únicas aos clientes”.
A estratégia de Tainá inclui:
- Foco em personalização de produtos
- Investimento em máquinas de gravação a laser
- Adaptação do mix de produtos conforme a região
Reinvenção e foco no cliente: a receita da Papelaria Cartucho
Helsio Castro, proprietário da Papelaria Cartucho em Itapipoca, Ceará, compartilhou uma abordagem diferente. Ele optou por concentrar esforços em uma única loja, transformando-a em um espaço multifuncional e acolhedor.
“Queremos que o cliente passe horas conosco, não apenas minutos”, explica Helsio. Sua visão inclui:
- Criação de um café dentro da papelaria
- Planejamento de áreas para experiências gaming e vintage
- Foco em lançamentos e produtos exclusivos
O poder do atendimento personalizado
Ambos os empresários enfatizaram a importância do atendimento personalizado como diferencial competitivo. Helsio ressaltou: “No online não dá para tomar um café, sentar e conversar. Nós somos seres humanos e precisamos dessa socialização.”
Tainá complementa: “Conhecer o cliente pelo nome, lembrar detalhes da vida dele, isso não tem online que bata.”
Desafios e aprendizados
Os empreendedores não esconderam os desafios enfrentados. Tainá menciona a dificuldade de gerenciar lojas em cidades distantes, enquanto Helsio relata a perda de sua conta no Instagram devido a um erro técnico.
No entanto, ambos encaram os obstáculos como oportunidades de crescimento. “Foi desafiador, mas nos fez crescer ainda mais”, afirma Helsio sobre a reconstrução de sua presença nas redes sociais.
O futuro do setor de papelarias
As experiências compartilhadas apontam para algumas tendências no setor:
- Integração entre o físico e o digital
- Customização e personalização de produtos
- Criação de espaços multifuncionais nas lojas
- Adaptação do mix de produtos conforme a região
- Investimento em relacionamento com o cliente
Para os novos empreendedores do setor, Tainá aconselha: “Estudem, procurem mentorias e sigam papelarias do mundo todo. O conhecimento é fundamental para superar os desafios”.
O setor de papelarias no Brasil mostra que, com criatividade, dedicação e foco no cliente, é possível não apenas sobreviver, mas prosperar mesmo em tempos desafiadores. As histórias de Tainá e Helsio servem de inspiração e guia para outros empreendedores do setor, demonstrando que, para manter-se próspero, é preciso estar sempre atento às oportunidades de reinvenção.